a funky experience

i want to
i want to be someone else or i'll explode
floating upon the surface for
the birds, the birds, the birds

sexta-feira, 4 de abril de 2008

 
"Olá, como vai?"

Não vou falar como o Paulinho e, dizer que vou indo, e você?, ou contar pequenas mentiras que não significam nada. Não vou falar nada, inclusive.

Sabe momentos em que você contempla cenas do passado, coisas que você faz, incorporadas a você, tatuagens no seu subconsciente, definindo o seu novo eu?

Então, eu sei disso. Nos detalhes, sempre neles. O olho puxado, a bochecha rosada demais no exagero de maquiagem, o cabelo longo, depois dos ombros, a voz infantil proposital, o abraço bom, o hálito quente... Essas coisas todas que a gente entra em contato e nem o corpo nem o olho esquecem.




Na baixa confidência do físico [quase um arremedo de Gregório de Matos], você se sente pequeno diante do fato do desejo completo e irracional de outro contato, outro toque, outro passeio. Mas se tomamos decisões nessa vida e as seguimos é por que há a necessidade da fibra moral ser testada.

Eu gosto de testes. E gosto de longos caminhos. De paisagens. E de cigarros. E de piadas sem graça. De dirigir. De capuccino. De Manuel Bandeira. E de frio. E de hálito quente.

Um tempo atrás eu não gostava de ir para casa. Era complicado passar por certos lugares, era como se todos os dias eu fosse testado do jeito errado. Aquelas luzes todas, tão convidativas, tão sedutoras, tão altas, pedindo um salto qualquer no infinito que liberta o corpo para ser mente apenas. Eu piscava mais rápido, várias vezes mais rápido, e os passos largos desejando que aquela provação passasse. E passava. Assim como naquele dia, quando você me pediu e eu disse não. Era ruim e bom e fazia bem e mal. Mas passou.

Eu acho isso tudo tão legal. Cifras são modos interessantes de instigar as pessoas a pensarem as coisas erradas. Ironia é um jeito delicioso de fazer a outra pessoa se sentir pior que você, sem precisar ser desagradável. Azul às vezes é uma cor, quase sempre é uma tristeza que embrulha o estômago. Paz é uma coisa que eu não sei o que significa. Mas há quem diga que existe. Eu não duvido.

Eu não duvido de nada.

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