Sobre aqui ser assim
Ontem fez frio. Amanheceu nublado, um tempo de outono bonitinho, mas um tico mais frio. A coberta resolveu isso até a hora do almoço. Colocar a cara pra fora de casa, comprar coisas, fazer o almoço, aquele conversa toda. Filme e sono, sair pra rua encontrar a amiga que está me matando de inveja vai embora. Cerveja da boa, da verdinha, gelada, vento frio, arrependimento de sair de bermuda, ida pra casa de ônibus, vendo a noite, as coisas acontecendo, as pessoas nas paradas, descer, caminhar, subir ladeira, comprar um sonho, aquela coisa toda que fecha um fim de semana tranqüilo.
Dormir num lugar e acordar em outro não é esse caso, mas quando você dorme com sensação térmica de 14ºC e acorda com sol e calorzinho que não precisa nem ligar o chuveiro elétrico é o tipo de coisa que põe seu corpo maluco. Nem é quente, nem é frio, o corpo reclama, a garganta amanhece fechada, o nariz vai dormir entupido.
Aí você deseja um casaco quentinho [se bem que a camisa de flanela, além do ar "sou grunge, fã do nirvana e fazia chapinha no cabelo pra ele ficar super liso", caiu muito bem], um cachecol bem colorido que quebre o cinza da cidade acentuado pela pouca luz da noite chegando, ou uma calça de moletom vagabundo esperando quando chegar em casa, ou uma manta que esquente em frações de nano segundo... todas essas maravilhas que tiram o foco de que não importa muito o frio ou o calor [que pede regatas, sucos e saladas], importa o que você carrega dentro de si. E isso é o que realmente importa, seja no calor eterno de Teresina ou no clima indeciso de Sampa.
"For peace of mind and happiness"...