a funky experience

i want to
i want to be someone else or i'll explode
floating upon the surface for
the birds, the birds, the birds

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

 
É pra sempre - acostume-se a isso

Rapaz, é complicado, esse lance de viver é complicado. Eu tenho medo, muito medo dessas pessoas que se conhecem profundamente, defeitos, razões, qualidades e carências com apenas 17, 18, 19 anos. Por que eu tenho só 23, sei que tem muito tempo pela frente, mas eu me sinto cobrado quando vejo esses prodígios. A gente aprende a mentir com o tempo.

E aí quando eu abro o Orkut e vejo que ele me diz que a sorte de hoje é que "O coração é mais sábio do que a razão", eu digo é valha, pra usar uma expressão tão típica aos meus amigos de Teresina, eu digo é couro de pica, eu digo é foda-se. Que mentira descabida, deslavada.

Eu digo mesmo é que troco meu coração meio surrado [coisas de homem são sempre mais surradas, entendam] por uma garrafa de bebida alcoólica da preferência do interessado na peça rara. Ou troco por um fígado. Por que Jeremiah Russel foi embora, debandou, saltou do navio junto com os ratos, foi varrer calçadas em Paris e de repente eu me sinto seco por dentro, sem meus personagens, sem nomes, sem idéias para conto, me viciando em doces de padaria. Stella, Jam, Phoebe e Jan se foram, e eu sinto mais falta de Jam do que de mim mesmo. O Jeremiah era foda, cara, eu queria ser ele.

Fica em paz, mafriend.

É sempre preciso começar de novo, new borns são sempre sofridos, é sempre uma coisa nova a se acostumar. Parece que você sai do seu corpo, que é sua casa, passa um tempo fora e quando volta alguém mexeu nos móveis.





Por que, querendo ou não, você é parte de um turn off you mind relax and flow down-stream filho da mãe, a coisa vai te levando e é muito cansativo nadar pra qualquer lado de seja. É preciso apenas não se deixar afogar. Só.

Isso não pára, minha gente, sempre continua, sempre vai adiante, faz e acontece, revira tudo e te deixa sem apoio. Sempre tem mais um, e outro, e outro, e outro indo.




Mas então, voltando ao plano original das confissões de adolescente, tenho medo dessa gente que se conhece demais, tenho medo de pessimismo e de gente que anda com o freio de mão puxado, que está sempre com o pé atrás. Mesmo eu sendo assim muitas vezes.

Acho só que não se tem idade certa pra descobrir o que a Joni Mitchell já falava há muito tempo: "listen, they talk/sing of love so sweet". E o amor, minha gente, não é nada doce. Não dá nem para se falar de amor como sendo uma coisa doce. Quem já amou e já sofreu, quem nunca amou e sofreu com o amor dos outros sabe que a coisa só é boa enquanto dura, e graças a deus Vinícius escreveu aquelas belas palavras. Mas eu prefiro a Joni, cara, voz e piano. Joni Mitchell sabe das coisas.




No fim das contas, tudo se resume a apenas um pedido.




Por que não importa quanto tempo. Não importa onde, como, quando. Não importa quanto tempo passe, não importam as crises de insônia, os choros, os banzos. Não importa. Nada disso importa.

Só importa que tudo, querendo ou não, é pra sempre. Seja nas marcas, seja nas lembranças, seja nas cartas, nas músicas, nos doces, nas noites, nas camas.

Tudo é pra sempre.



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