a funky experience

i want to
i want to be someone else or i'll explode
floating upon the surface for
the birds, the birds, the birds

segunda-feira, 21 de maio de 2007

 
O primeiro passo para a iluminação

Depois de tanto tempo, preferi o silêncio às palavras cifradas. Escolhi apenas mantê-la sob profunda vigília, faze-la sofrer, cruelmente, sob o peso do meu sexo que pulsava pelos olhos. Tudo isso na minha mente distorcida e pândega, claro.

Eu a comia com e nos pensamentos, infligindo toda a carga de virilidade pungente que o ato de comer transmite. Pouco ligava para a necessidade de ser gentil, a católica educação, a pureza, a inocência... Para que fingir? Tinha, todos os dias, a urgente e maravilhosa certeza de que precisava sorver o pecado que os lábios dela... você sabe... os lábios dela, carnudos assim, pediam um beijo molhado e demorado. Cada dobra, cada sílaba dita merecia um beijo. Merecia uma mordida, uma lambida, uma agressão carregada de libido e volúpia.

Não era possível que eu encerrasse meus dias sem ter a sensação de pulsar perto dela, dentro dela, provocando uma salivação instantânea na sua boca desejosa de também me sorver, assim como sorvera drinques após drinques.

E o formato dos seios dela, por debaixo da blusa molhada marcados, eu compararia aos gritos de Gal, assim como tal minha mente corre para fugir do final. A canção da sua risada, o desejo dos seus olhos pequenos e do cabelo longo, meu segredo é que por ser rapaz esforçado, ainda sobrevivo, não puxo papo, não converso. Massacro meu todo. É assim que eu resisto à tentação primeira e derradeira, eternamente fugaz.

Eu talvez não saiba mais como compreender isso que me apossa. Sinto que agora talvez seja possível, que eu possa me desvencilhar da minha timidez que me permite apenas pensar nela, todos os dias, quando vou dormir e quando acordo. Mantenho esse ritual de luxúria e desejo escondido nos recônditos da minha mente. Não sei como lidar com tudo isso que me acomete. Simplesmente não sei.

Não sei se é hora de calar ou de rir mais alto que os meus gemidos ante os requebrados das ancas dela, cada mexida de quadril me faz parar um pouco, me salto uma batida do peito, me sufoco um pouco a humanidade e me torno um bicho no cio, sem eufemismos.

É uma guerra certa, superar meus brios e encarar a possibilidade dela dizer não à minha proposta. Talvez chegar à glória do toque da mão dela no meu sexo, propondo uma sacanagem qualquer na porta de sua casa, ou encostado numa árvore à noite numa praça no meio do caminho para lugar nenhum... Só sei que esse segredo desejoso de entrega e confissão me consome, se inflama, me possui.

Um dia eu vou simplesmente largar tudo e, com ela estando perto de mim, imaginando talvez um simples abraço, aí sim arrancarei dela o sim que me faça, enfim, tomar o que é meu por direito e loucura.

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